Simbologia Astrológica

Divani TerçarolliArtigos, Astrologia Prática

Assim como a linguagem humana se formou a partir da relação do ser humano com o seu meio ambiente, as informações sensoriais sendo processadas pelo cérebro e estabelecendo conceitos que, posteriormente, foram traduzidos em símbolos, também a Astrologia é uma forma de linguagem. As correlações observadas, acumuladas e codificadas de alguma forma, ao longo do tempo, foram sendo testadas e aceitas.

Um exemplo: Áries, o primeiro signo, impetuoso, conquistador e impaciente é identificado com o início da Primavera no hemisfério norte, onde após meses de frio e neve, a natureza renasce e os animais tem urgência em se acasalar para que haja tempo hábil dos filhotes adquirirem certa independência antes de outra estação invernal começar, o que significaria a morte desses rebentos.

O signo de Escorpião diz respeito ao outono, ao recolhimento e morte da natureza que se prepara para hibernar durante o inverno. Animal super resistente que não se abate nem pela fome, nem frio, nem calor, Escorpião não desiste nem se entrega, preferindo morrer ao se ver sem saída, os escorpiões  aparecem com freqüência entre os montes de grãos e palha acumulados nos celeiros no fim do verão e nas folhas mortas que caem das árvores no outono. Por isso que o Halloween e o dia consagrado aos mortos acontecem neste signo.

A história da Astrologia ocidental começa na região da Mesopotâmia, entre os pastores que passavam as noites ao relento sob o céu estrelado e suas analogias se restringiam à sua experiência de vida, totalmente sujeita aos ciclos da natureza.
Esse ‘aprendizado humano’ ganhou força no Egito, de onde foi levado para a Grécia onde incorporou a rica roupagem simbólica dos deuses da mitologia.

Quanto aos planetas, além dos significados mitológicos, muito do que lhes foi atribuído tem a ver com o seu próprio aspecto físico. Por exemplo, Marte, planeta associado à coragem, energia e iniciativa, possui uma coloração avermelhada devido ao ferro presente no seu solo, o que lembrava o sangue derramado nas batalhas e o ferro usado para forjar espadas e lanças, instrumentos de guerra.

A Lua, instável e sempre mudando de forma, foi associada ao feminino exatamente por causa de sua inconstância e de seu ciclo de 28 dias coincidir com o ciclo menstrual.
Júpiter por ser o maior planeta foi associado a Zeus, o “deus dos deuses” do Olimpo, preocupado em manter seu poder desde que destronou seu pai Cronos e restabeleceu a Justiça, em eterna expansão, graças a seus amores incontáveis que lhe conferiram uma grande descendência, e assim por diante. Hoje a ciência já sabe que Júpiter funciona como um escudo que protege a Terra de ser atingida por meteoros. Nada mal para um benfeitor, já que na Astrologia ele é chamado de “O Grande Benéfico”.

Isso vale, claro, apenas para os 7 planetas da Antiga Tradição que eram os únicos visíveis à olho nu desde há milênios atrás. Quanto aos novos, vale a lei da sincronicidade, ou seja, o nome que recebem é considerado um indicativo de sua função e a pesquisa de seus efeitos e atributos parte desse pressuposto. Assim foi que Plutão, batizado por uma menina de 14 anos, foi designado como regente de Escorpião por ser o nome do deus do mundo subterrâneo na mitologia grega, o senhor dos infernos (diferente do conceito cristão) e o signo de Escorpião já tinha essa analogia com a morte – a morte da natureza no inverno. Escorpião é transmutação também, pois a semente tem que apodrecer debaixo da terra para poder germinar. Escorpião tem a ver com o ciclo da vida material: nascer, crescer, reproduzir e morrer… continuamente, incessantemente, impreterivelmente…