Eterna Primavera

Divani TerçarolliArtigos, Textos Diversos

É Primavera! A estação mais bonita do ano. Apesar de vivermos num país onde as mudanças de estações, muitas vezes passam despercebidas, já começamos a sentir que algo mudou: o verde das árvores parece mais vivo, há uma luminosidade diferente, as tardes estão mais longas, e flores desabrocham por toda parte, atraindo pássaros e insetos.
Nos países onde o inverno é rigoroso, a primavera é celebrada como o renascimento da Natureza, o retorno à Vida daquilo que se julgava morto, mas que na verdade, estava apenas adormecido. Por isso a Primavera é tão festejada em verso e prosa – pela sua relação com a Vida, ou mais ainda, com o Sol.
O Sol é a fonte de vida do nosso sistema solar. A palavra sol (do latim, solus), significa o Único. Ele é o grande doador da Vida, que sem ele, não seria possível.
Assim como a vida do nosso sistema solar depende do sol-estrela para sobreviver, nós também precisamos compreender e desenvolver nosso Sol interior, o nosso sol astrológico.
O Sol é o fator mais importante do mapa natal, é o próprio coração do mapa. Ele representa o caráter, a personalidade, o Ego ou Eu pessoal. Quando alguém pergunta nosso signo, respondemos dizendo o nome daquele que contém o nosso Sol. O signo onde se encontra o Sol, ou signo solar, indica a missão pessoal, o propósito individual que necessitamos manifestar em nossas vidas, para revelar nossa verdadeira natureza, nossa individualidade, criatividade, e poder pessoal.
Realmente, todos nós deveríamos nos esforçar na busca de nosso centro solar, de nossa energia primordial, assim como uma criança que, movida apenas pela intuição, prazer e alegria, sem medo de parecer ridícula ou tola, age com confiança, sendo simplesmente ela mesma, pura e verdadeira como um diamante bruto, mas igualmente belo, por tudo que poderá vir a ser, depois de lapidado – uma Individualidade. Talvez seja esse o significado das palavras do Divino Mestre quando falou, “deixai vir a Mim os pequeninos, pois o Reino dos Céus pertence aqueles que a eles se assemelham…”
Mas a Individualidade não é o oposto da Fraternidade?
Fraternidade é nos sentirmos filhos de um mesmo Pai. Porém, esse sentimento só existe quando há Amor. O Sol é também uma expressão do Amor – Amor Desprendimento, Amor Dádiva, Amor Vida. O Sol brilha sobre bons e maus, justos e injustos, à ninguém se nega, pois Amor que se guarda, que não se derrama, não é Amor, é Egoísmo.
O Sol exerce uma atração magnética irresistível, orientando nossa vida, dando significado, motivação e indicando o rumo a seguir. Mas esse Sol tem que ser buscado nas profundezas de nossa natureza interior, ou espiritual, senão nunca conseguiremos transformar a consciência de sermos separados (Ego/Individualismo), na certeza de pertencermos a algo maior do que nós mesmos (Self/Individuação).
De acordo com Carl G. Jung, Individuação é o processo de “tornar-se si mesmo” ou “o realizar-se do si mesmo”. Sri Rajneesh, ou Osho, expressou essa idéia quando disse:
– “A nova humanidade, será uma congregação de indivíduos em que todos hão de ser mestres de si mesmos. Da mesma forma que as flores se revelam em variadas cores e perfumes, cada indivíduo se revelará… O novo indivíduo, deixará de lado a idéia equivocada de que todos os seres humanos são idênticos, pois a verdade é que cada um é especial: este é um conceito muito mais elevado que o da igualdade. E, embora sejam diferentes, todos terão a mesma oportunidade de desenvolver seu potencial, seja qual for.”
Quando a Humanidade compreender que tudo que existe – o Uni – verso – é apenas a outra face de Deus – o Sol nunca mais se esconderá, e viveremos em eterna Primavera…