Até onde vão as Previsões Astrológicas

Divani TerçarolliArtigos, Textos Diversos

Uns dias atrás tive que esclarecer uma cliente a respeito das limitações da previsão astrológica. Ela queria que eu desse respostas “concretas” a suas questões que variavam de se o ex-marido se casaria novamente, se ele ia morrer em breve para ela continuar ou não a pagar a prestação do seguro de vida e por ai vai.

Que horror! Além de ser totalmente anti-ético responder a esse tipo de pergunta só uma pessoa muito mal informada a respeito da técnica astrológica para querer esse tipo de precisão. E ainda me acusando de sonegar as informações que eu certamente possuia…

Gente, como é terrível lidar com a expectativa errada que as pessoas tem sobre até onde vai a Astrologia. Mas não só isso. As pessoas querem que as coisas, no caso as mudanças que querem em suas vidas, caiam do céu, sem precisarem mover uma palha para obte-las.

Lembro que minha mãe sempre dizia: “Deus ajuda quem também se ajuda”. É isso mesmo: os astros podem nos ajudar a saber como e quando devemos agir. Eles sinalizam esses momentos de agir ou de aguardar e ter cautela. Eles não causam nada, eles sinalizam e orientam.

Portanto, o astrólogo não é um vidente, mas sim um parceiro no desenvolvimento de vida do cliente. Ele pode ajudá-lo a planejar suas ações. Os planetas não fazem nada mais do que mostrar o tempo ideal para atentar para o que seria natural no desenvolvimento da nossa vida, indicar o que deve ser feito e quando.

Mas temos que aceitar fazer a nossa parte, sair da inércia.

Outro dia no Facebook coloquei essa questão e pesquisando na net encontrei um texto muito bom da Vanessa Tuleski do qual destaco esse trecho:

Previsão ou a interação com o seu momento?

A previsão segue a mesma vertente da astrologia voltada para autoconhecimento, ou seja, tenta-se destrinchar as muitas formas como o símbolo pode se manifestar. O astrólogo se torna a ponte entre o celeste e o terrestre, aplicando seu conhecimento teórico às situações concretas que o cliente vive.

No caso da previsão, o foco da mesma é menos na estrutura do indivíduo e mais na tentativa de se entender o momento, ou seja: o que está em jogo agora? Este é um momento de transformação, mudança? O que há para aprender? O que está mais fácil e o que está mais difícil? Que áreas da vida estão se abrindo e que áreas exigem trabalho e paciência? A consulta sobre previsão pode ser inerentemente prática e factual e pode estar interessada no desenvolvimento do indivíduo. Depois do advento da psicologia, ela deixou de ser apenas factual para se concentrar nos significados do que está acontecendo.

Vamos a um exemplo. Urano, na astrologia, tem um efeito de mudança. Ele desestabiliza, chacoalha, mas também renova. Urano no céu está alcançando o grau do Saturno no mapa da pessoa. Saturno rege edificações. É perfeitamente razoável, do ponto de vista do símbolo, dizer que há possibilidade de ele ter, em sua casa, rachaduras. Urano não está mexendo com os edifícios de Saturno? Pois bem, ela poderá, de fato, notar isto. Mas isto é o mais importante? Saturno não rege apenas as estruturas físicas, mas também as estruturas de nossa vida. Quando Urano chega em cima de Saturno, estas estruturas (Saturno), inclusive as profissionais (âmbito regido por Saturno), precisam ser renovadas (Urano), pois do contrário podem desabar. O trabalho do astrólogo é tentar falar sobre isto. Fazer o cliente entender quais são as estruturas da vida dele que precisam ser renovadas. Fazê-lo perceber onde ele mesmo está cansado e deseja desafios e o que ele mesmo acha que tem de ser mudado.

A previsão tem, portanto, quatro objetivos

– Conversar com o cliente sobre coisas que provavelmente já está sentindo. Torná-lo consciente delas.

– Fornecer auxílio prático. Ou seja, é possível dar avisos práticos sobre questões a se prevenir ou a se aproveitar. Não há porque negar este viés prático da astrologia, que pertence a ela milenarmente. Ajudar a deslocar, o máximo possível, a posição do cliente de quem apenas sente e fica passivamente parado para quem faz e promove suas escolhas. Se ele ficar parado, que o seja por escolha, e não por simples inércia.

– Fazê-lo pensar sobre sua vida. Isto não é especial? Não valoriza a vida de cada um?

Em momentos particularmente difíceis, a previsão também tem uma função de consolo. Ela explica o porquê da dificuldade do momento, o que está em jogo. Se, por exemplo, Plutão no céu se opôs a Vênus e um amor terminou (o que NÃO necessariamente precisaria acontecer, pois, de acordo com o símbolo de Plutão, este amor também poderia passar por uma profunda reformulação). Serve de consolo saber que isto está ligado a este momento. Auxilia profundamente conhecer os sintomas ou sentimentos que podem ser característicos dele (coisa que a astrologia é capaz de fazer com precisão, porque conhece os efeitos dos planetas), pois isto dá certa legitimidade ao que se está vivendo. E, finalmente, a astrologia é o estudo dos ciclos. Para a astrologia, cada momento é um panorama complexo de ciclos, que estão se iniciando, estão no meio ou no final. É inegável que produz alívio saber que um processo difícil não tardará a terminar, ou que outra coisa nova que possa ajudar poderá começar no ano seguinte.
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É isso. “Ajuda-te que o céu te ajudará!” – mais um antigo ditado muito verdadeiro…

Abraços!